WILLIAM DE GODOI FALLEIROS
( BRASIL – PARANÁ )
Nasceu no dia 09 de dezembro de 1958, em Maringá – Paraná e faleceu aos 23 anos de idade, em Brasília- DF,
no dia 23 de fevereiro de 1982.
Deixou inúmeras poesias se músicas em português e espanhol.
Cursava Psicologia e tinha grande interesse por assuntos transcendentais, tendo estudado a fundo a obra de Pietro Ubaldi e de outros filósofos espiritualistas.
Desde pequeno William demonstrava preocupação com o ser humano e com as condições sociais das pessoas. Este trabalho atesta bem seus sentimentos de solidariedade e transcendência.
FALLEIROS, William de Godoi. POEMAS (Obra póstuma). Apresentação pela Mãe Terezy (. VII-XII) e por Afonso Felix de Sousa (XV E XVI).Brasília: Gráfica e Editora Auta de Souza, 1994. 103 p. No. 11 001
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) BRITO (DF).
EXISTE UM VÁCUO
Existe um vácuo
Sólido, concreto.
Dentro das minhas entranhas.
Dentro de mim.
E existe um sacro
Santo e secreto
Mistério das tantas
Quase sem fim.
Existe uma calma
irreversível, cansada.
Dentro de minh´alma
Tão massacrada.
Sim, é uma calma forçada.
Uma falta de tempero,
Uma caminhada.
Um grande desespero.
É saber muito.
Mas não entender.
É um gesto agudo
De estremecer.
É sentir o tempo,
É sentir o mar.
É querer alento
Para recomeçar.
E não mais esperar,
E não mais assumir,
É pegar ou largar
É ficar ou partir.
REALMENTE NÃO IMPORTA
Realmente não importa
Tudo gira à minha volta
As cargas têm seu colorido
A outra seu negrume
O relativo continua
A divisão restringe
O fato se consuma
Tudo muito mediano
Muito natural
Muito fatídico
Muito característico
Existente
Concreto
Assim mesmo
Tal qual é.
E daí???
Daí tudo continua...
Continua...
C o n t i n u a
C o n t i n u a
Nua
Nua
Nua
Crua
Crua
Crua
REALIDADE...
TOMBO SOLIDÃO
Quero alcançar as estrelas
Vigiando o túnel-brilho
Dos teus olhos
Mas eles são opacos
E intranscendentes.
Quero saltar o muro solidão
Tocando teu corpo-pessoa
Mas teu corpo é dicotomia
História sem alquimia
E no fundo do meu peito
Poço profundo
Uma dor me diz
Que estou
Na contrariedade — mundo
incompreendido e só.
POEMA EXISTENCIAL
O fantasma do absurdo
Ronda de perto nosso mundo
Quem o sente todo dia
Para tudo se torna surdo
Num pensamento profundo
Fica a par da letargia
Que invade a tudo
E que não leva a nada
Que é nau sem rumo
É caminhar no escuro
Numa longa estrada
Nessa têmpera insana
Lateja sua fronte
Jorrando conflitos
Diante do drama
Em meio aos gritos
Uma nova ponte
Aos mil infinitos
VANGUARDA BRASILIENSE
Sopra o vento
brilha o sol
cores fosforescentes
bailado
reluzente
hino à vida
minha cantiga.
E o verde
sorri para mim
e eu respondo
cantando assim:
continuem a doar
sua beleza
e seu amor.
Cristal e vibração
umbigo ao sul
planalto vital
horizonte azul
planalto de luz
que todos conduz
Esta terra
guarda poder
e o segredo
do viver.
Por isso
gosto daqui
pois anuncia
todo o porvir...
*
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Página publicada em outubro de 2024
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